O tributo se aplicaria a cerca de 200 pessoas e 200 empresas que obtiveram maiores rendas.
O texto é da Agence France-Presse, publicado por Carta Capital.
Os blocos oficiais do Congresso da Argentina estão elaborando um projeto de lei que estabelece um imposto único a grandes fortunas para financiar a campanha social e de saúde contra a pandemia do novo coronavírus, informaram os legisladores nesta segunda-feira 13.
O tributo se aplicaria “a cerca de 200 pessoas e 200 empresas que obtiveram maiores rendas”, afirmou o deputado da Frente de Todos do governo (peronistas e aliados) Hugo Yasky, em declaração à Radio Con Vos.
Até o domingo, a Argentina registrou 2.208 casos e 95 mortes por Covid-19. “Esperamos arrecadar 2,5 bilhões de dólares”, disse Yaski. A Argentina já sofria uma recessão aguda e agora uma semiparalisia da economia com forte queda das receitas fiscais.
O país tem uma dívida pública de mais de 311 bilhões de dólares (90% de seu Produto Interno Bruto) e tem declarado o adiamento dos pagamentos. O Fundo Monetário Internacional admitiu que esse endividamento é insustentável.
Recessão na América Latina
O Banco Mundial previu neste domingo 12 que a América Latina e o Caribe sofrerão uma contração de 4,6% no PIB em 2020 e que quase todos os países da região devem entrar em recessão.
A crise provocada pelos efeitos da pandemia de Covid-19 foi alimentada pelos resultados escassos dos anos anteriores, os protestos em 2019 e a queda nos preços do petróleo.
“Um retorno de crescimento de 2,6% é esperado para 2021”, disse o Banco Mundial em comunicado, no qual alertou para as contrações das principais economias da região: 5% no Brasil, 5,2% na Argentina e 6% no México.