O relatório Desastres Naturais realizado pela Organizações das Nações Unidas (ONU) aponta que a América Latina tem a segunda maior propensão mundial a ter eventos ambientais extremos, incluindo cheias, tempestades, terremotos, secas, deslizamentos de terra, erupções vulcânicas e incêndios. O estudo destaca que 152 milhões de latinos-americanos e caribenhos foram afetados por 1.205 catástrofes entre 2000 e 2019.

A ONU inicia o documento alertando que as cheias são os eventos mais comuns, com 548 casos ocorridos desde 2000, tendo uma média de 27 casos por ano. As cheias causaram mortes diretas de 2000 a 2019, afetou quase 41 milhões de pessoas e causou US$ 26 bilhões em danos totais. O Brasil é o país mais propenso a cheias da região, e desde 2000 foi impactado por 70 eventos de desastres, atingiu quase 70 milhões de pessoas.

O relatório da ONU chama atenção que as tempestades estão se tornando cada vez mais poderosas, uma vez que está produzindo aumento das chuvas devido às mudanças climáticas. Os países mais afetados pelas tempestades na região foram Cuba, México e Haiti com 110 tempestades, 5 mil mortes (85% dessas mortes foram no Haiti), 29 milhões de pessoas afetadas e US$ 39 bilhões em danos.

Nos últimos 20 anos, a América do Sul (35) e América Central (32) foram as regiões mais frequentemente afetadas por terremotos. O impacto na vida humana e os danos sofridos no Caribe foram desproporcionais quando comparado às outras duas regiões. Isso deve-se ao terremoto catastrófico no Haiti em 2010, responsável por 222,6 mil mortes e 300 mil feridos. O Haiti é responsável por 98% das mortes, 89% dos feridos, 27% das pessoas afetadas e 15% dos danos da região de 2000 a 2019.

Os desastres causados ​​pela seca afetaram em maior quantidade de pessoas na região nos últimos 20 anos. Embora seja difícil avaliar com precisão seu impacto, a ONU calcula que a seca contribuiu para 45 mortes, afetou mais de 53 milhões de pessoas e causou mais US$ 13 bilhões em danos. O Caribe também sofre com a seca, no Haiti, mais de 4,6 milhões de pessoas foram afetadas, o que equivale a mais de 50% da população do país.

Já os deslizamentos de terra aconteceram 66 vezes de 2000 até 2019, sendo 3 casos por ano na região, e levou a quase 3 mil mortes nos últimos anos. O relatório destaca que os casos mais destrutivos foram na Guatemala em 2015, que causou 350 mortes, e na Colômbia em 2017, que levou a 349 mortes e afetou mais de 45 mil pessoas.

Por fim, o relatório destaca que incêndios, especialmente florestais, aconteceram em toda América Latina, principalmente nas regiões onde há secas e ventos fortes. O documento destaca que no Brasil incêndios florestais devastaram vastas áreas da Amazônia, e na Bolívia, onde queimaram mais de cinco milhões de hectares de terra.

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